domingo, 5 de abril de 2015

Viação Primor

Albino Ribeiro Júnior, proprietário e razão social da Viação Primor, cuja sede e garagem localizavam-se à Rua Conde Bonfim, nº 435, assinou junto à Inspetoria de Concessões da PDF, a 3 de janeiro de 1934, um termo inicial de obrigação, para estabelecer um serviço regular de transporte de passageiros, com a linha de ônibus Praça Saenz Peña x Largo da Lapa.

Era este o itinerário da linha: Praça Saenz Peña, Rua Almirante Cochrane, Rua Mariz e Barros, Praça da Bandeira, Avenida do Mangue, Rua de Santana, Rua do Riachuelo, Largo da Lapa, e vice-versa.

Suas seções: Praça Saenz Peña à Rua Afonso Pena, $200 (duzentos réis); Rua Afonso Pena à Praça Onze de Junho, esquina de Rua de Santana, $200 (duzentos réis) e dali ao Largo da Lapa, $200 (duzentos réis) (1).

Não tardaram as reclamações dos moradores daquelas imediações, notadamente do denominado ‘Bairro 24 de Outubro” (“na Praça Saenz Peña”), de cuja exata localização não temos conhecimento, a respeito da desordem provocada por funcionários, não só da Viação Primor, como também da Viação Central, que transformavam aquele logradouro numa verdadeira oficina a céu aberto, com o barulho inerente a essas atividades, e até altas horas da madrugada. Vejam uma amostra, no recorte a seguir, a respeito desses fatos.

(O Paiz, 27/05/1934)

E menos de dois meses depois, verificamos que, através de um termo aditivo de obrigação, a empresa era ‘absorvida’ exatamente pela Viação Central, pois a 11 de julho de 1934, o Sr. Albino Ribeiro Júnior “cedia e transferia” o termo inicial, de 03/01/1934, e a Viação Primor, para a firma Neves & Brauer, proprietária da Viação Central. Sendo assim, a empresa de Albino era extinta e incorporada à firma de Manoel Martins Neves e Ricardo Brauer, constituindo-se uma só empresa (2).  

Segue um recorte do periódico ‘Diário da Noite’, ainda de julho/1934, a respeito de uma ‘esperteza’ praticada pelos então novos detentores daquela linha.

(Diário da Noite, 07/07/1934)

Referências:

(1) – Jornal do Brasil, 07/01/1934
(2) – Jornal do Brasil, 12/07/1934

[Pesquisa de Claudio Falcão e Eduardo Cunha]

2 comentários:

  1. Interessante, desde aquela época, os empresários de ônibus faziam suas artimanhas para ludibriar o povo e o Poder Concedente!!!

    (Emilson França)

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  2. É Emilson, sempre eles, é como whiskey escocês, de pai para filho desde 1908, no nosso caso, os ônibus.

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